sexta-feira, 22 de maio de 2015

Molhagem

O dia está frio. Agradável, mas ainda frio. O melhor clima não tem a ver com a temperatura.
Clima tem muitas variantes. A temperatura é só, aparentemente, a mais importante. Afinal de contas, não é comum escutar pessoas falando pela rua, "nossa como o dia tá úmido hoje" ou "caramba, essa maritimidade tá de matar!" Não é assim que funciona. 

É sempre: "Caramba, que calor. Tô derretendo." ou "Que frio, de congelar os ossos!" e o que prova que quem não tá feliz reclama de qualquer coisa, fica nublado e ela já diz: "Nossa, que tempinho xôxo! Podia abrir um sol\uma chuva\uma geada\ um portal pro sétimo nível do inferno." Se você não tá feliz e não tem uma desculpa socialmente aceitável para expressar isso, pode recorrer à temperatura. É ok, todos fazem isso.

O incômodo, na verdade, não é a temperatura, mas sim o quão "molhante" o clima está. Não me entendam mal, não falo de chuva. Não só de chuva. Claro, quando se fala de algo molhante, é natural lembrar de chuva. Afinal, nada é mais molhante do que água. CAINDO DO CÉU. Mas a chuva ainda é um tempo legal, se você tem um carro ou se pode ficar em casa( de preferência deitado na cama.) O bom é que mesmo se está na chuva, uma hora você vai sair dela, e vai ficar completamente seco. Diferente daquele outro tempo. 

O verão, aquele que não te molha de fora para dentro, mas de dentro para fora. Não importa se detém um carro ou se está em casa, o calor afeta a todos. As axilas, os cabelos, as sombrancelhas e as dobrinhas do corpo. Tudo molhado, nojento e colante. O sofá, normalmente um recinto de conforto, de descanso e de paz. Torna-se um lugar infernal, o suor pula de um lado para o outro, aquele que era para ser um dos melhores lugares da casa, se torna uma enorme panela.

Pensem nisso.
E evitem piadinhas sobre meninas molhadas ao ler isso.
Feministas se enraivecem.


sexta-feira, 15 de maio de 2015

Almoço: A alternativa

O almoço é algo extremamente cotidiano no dia a dia de quase todo mundo (uma pequena ressalva para as piadinhas de humor negro que tem um fundo de verdade e você deveria ter vergonha de rir delas. Principalmente se por acaso sabe ao que me refiro).

Afinal de contas, existe uma refeição dada como diária que se encontra no período entre onze e meia da manhã (caso você seja uma pessoa na terceira idade) e 5 da tarde (se passar muito disso já é considerado janta.).

O problema não é o almoço; almoço é a solução. Não obstante, até chegar nessa maravilhosa solução, torna-se necessário enfrentar um problema: o antes do almoço. Pior ainda que o antes, também existe o pós-almoço.

Claro, pode-se resolver todos esses problemas de maneira simples, uma alternativa: comendo fora de casa. As vantagens são inúmeras, apesar de todo o resto. A primeira coisa a ser considerada é que se gastará no minimo o triplo para conseguir montar seu prato. Não falo no total, apenas "realizar o pedido" já é meia facada na carteira.

Outra coisa a se considerar é a necessidade de locomoção até o local. Ida e volta. Caso vá a pé, aguente a caminhada; se for de carro, pague o estacionamento e a gasolina; se for de ônibus vá em outro lugar. Nenhum restaurante vale a pena pegar um ônibus. Vamos usar um caso clássico, almoçar no shopping.

Agora que chegou ao shopping, precisa escolher onde comer. Esse é um problema real independente se vai sair para comer ou comer em casa, a diferença crucial é: em casa há a limitação do que se tem na geladeira e que é uma possibilidade real de se fazer (diferente daquela pedra que insistem em chamar de bife.); na rua, as possibilidades, são infinitas (isso é, se os estabelecimentos aceitarem crédito, se não aqueles que se adequam ao seu crédito são o limite.)

Exclui-se automaticamente os lugares vazios. Não devem estar vazios a toa. E a não ser que você não tenha forme, pode-se cogitar os lugares cheios, aqueles restaurantes de costelas que só não tem mais fila do que os bancos em dia de vencimento do imposto de renda.

Esses são alguns dos motivos para não se comer fora, mas essa é só uma alternativa. Qualquer dia ainda falo sobre o pré e o pós almoço com seus devidos desprazeres, mas tudo isso é muito bem recompensado. Com um bom
Almoço.



sexta-feira, 8 de maio de 2015

Ah, o verão!

O sol. 
O calor, a praia, uma cerveja gelada e mulheres gatas de biquíni. Se essa é a visão que você, caro leitor, possui de um dia ensolarado, sinto informar que está completamente equivocada. Prestem atenção ao termo COMPLETAMENTE na oração. Não tem nada de certo, pois quando é formada a frase contam-se todos os termos de forma positiva. 

Infelizmente não é todo mundo que pode no verão pegar uma praia todos os dias. Diferente do transporte público, o qual ele não só pode pegar, mas também o faz todo o dia. Pegue um trem cheio em um dia quente, o sol e o calor já estão em um lugar muito pior do que naquela primeira frase. Mas se nos dias comuns não se pode ir à praia, por quê, Ó, POR QUE ENTÃO NÃO APROVEITAR OS DIAS DE FOLGA PARA IR PEGAR UMA BOA PRAIA?

Vou esclarecer uma coisa, caso o cidadão decida passar parte significativa do final de semana (período compreendido entre sexta e segunda) na praia, isso não define o dia como um de folga. Primeiro, se o cidadão deseja conquistar o tão cotado lugar ao sol, ele deve acordar cedo. Feliz ou infelizmente, o fim de semana ou feriado é para todos, e por algum motivo estranho, todos resolvem por o plano de ir a praia nesses dias.

Mesmo saindo cedo, o transporte público vai estar cheio, o sol vai estar quente e o desodorante do cidadão à direita está em falta ou vencido. Não apenas lotado, o transporte público que de segunda a sexta carrega pessoas que detêm uma mochila no máximo e sabem como se comportar de acordo com a etiqueta secreta do transporte público. No sábado ele fica até menos cheio que nos dias comuns, mas está cheio de crianças que gritam, de tias com mil bolsas e ambulantes que tentam ganhar algo dos grupos citados anteriormente. Cada curva do ônibus as pessoas parecem que vão cair pela janela e morrer de tanto escândalo que fazem.

Ao chegar na praia, qual a visão? Muita gente. A não ser que o cidadão tenha sido uma das 50.000 sortudas que acordaram antes da alvorada para chegar na praia antes dela se tornar um formigueiro, então não se vê areia. Difícil de chegar, mais difícil ainda de se acomodar. Para se sentir confortável então? Que tal uma cerveja? Das duas uma: ou está quente ou está super cara. Afinal de contas é o Verão!  Todos querem viver um comercial de cerveja, mas quando ela chega até mãos sedentas está quente porque já foi muito vendida ou está gelada por um preço que poucos se aventuram a investir.

Já em relação às mulheres gatas por ai, elas existem. O mito do comercial de cerveja vai de novo pro caralho. As do comercial, se existem, não frequentam a mesma praia no mesmo horário que um assalariado. Em pouca quantidade estão as gatas, quase sempre acompanhadas por cães de guarda, que chamam de namorados, ou por uma horda de marmanjos que insistem em tentar a sorte pagando cervejas geladas para as moçoilas. No geral as mulheres ou são feias, ou são tias com mil e quinhentos sobrinhos alimentando todo mundo com frango assado com "farofa"( ênfase nas aspas por motivos de: procedência duvidosa dessa farofa.)

O verão não é de todo ruim, isso é se ar-condicionado for uma opção. Claro.


sexta-feira, 1 de maio de 2015

Do outro lado da Carta

Deus está naquilo tudo que não se pode ver, não se pode tocar e não se pode explicar.

Deus já foi tudo nesse mundo, já foi o chão, já foi as marés, já foi o aparecimento de moscas por mágica. Mas aos poucos essa imagem de Deus foi sendo desbotada. O chão -agora chamado de solo- já tem sua composição em uma tabela, junto a tudo que ele abraça. As marés agora não passam de magnetismo e o criacionismo foi por água abaixo faz muito tempo.

Hoje já é um pouco mais difícil encontrar algo inexplicável, anos a fio de método científico, tese contra antítese a todo momento em artigos e pesquisas que levaram a nós, a sociedade, para os incríveis confortos da vida como o uso de celulares, do micro-ondas e afins.

Mas ainda é possível representar Deus em seu mistério e significado. Quando se usa o exemplo de um caso para demonstrar a totalidade simultânea ao particular d'Ele, é fácil lembrar do gato de Schrödinger, morto e vivo ao mesmo tempo.

Mas ainda não é um bom exemplo, o gato pode estar morto, pode estar vivo, ele pode estar até em um outro estado desconhecido entre um lado e outro, todavia é só. Da mesma forma que os números naturais, ele só tem três opções, vivo, morto ou neutro. Diferente de uma carta.

Cada carta possui seu significado próprio. Cada uma conta uma história diferente, as vezes sobre raiva, as vezes sobre um caminho a tomar ou um cuidado a ter. Mas todas elas são iguais quando viradas de cabeça para baixo. Uma carta do baralho pode ser qualquer uma dentre todas as outras, pode ser todos os casos desde que esteja virada para baixo.

Deus é desta forma, quando desconhecemos sua forma, mas reconhecemos sua existência. Abre-se uma janela de possibilidades. Quando ele toma uma forma física, ou seja, se vira a carta, deixa de ser a representação de Deus, vira apenas uma mensagem, um significado. Algo que pertence a lógica que conhecemos e podemos compreender.