sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Baque do martelo

Outra reflexão das redes sociais que resolvi aceitar.

Sem imagens dessa vez para não comprometer ninguém e nem a mim, mas essa é referente àquelas fotos de pessoas fazendo algo moralmente errado seguido da frase: "Apenas Deus pode me julgar"

Antes de qualquer outra palavra desnecessária que eu venha a usar além dessas: tudo piranha.

Sim, julgo a tudo, a todos, a todo momento. Julgar é uma das características que diferem-me de tantos outros animais. Não ajo com base no instinto, não é tão bom assim. Utilizo sim de meus sentidos para analisar a situação e então através de julgamento executo minhas ações.

Não mato ninguém, não roubo, nem transgrido a maioria das leis. Não porque sou um cidadão modelo, nem porque Deus, oh todo poderoso, vá me julgar. Mas sim porque julgo; embasado em conhecimentos, morais e éticas a mim lecionadas pela vida, através dá familia, dos amigos e de situações constrangedoras.

Não se confunda, caro leitor, julgo sim cabelos, modos de falar, atitudes, expressões e funk/gospel sem fones de ouvido, mas longe de mim está a responsabilidade de cortar cabeças e carrascar essa gente. Não tenho parâmetros para saber sobre às memórias e motivos ou julgamentos que levaram ela a ser assim.

O julgamento persiste.
Tudo piranha.
Felipe Juventude

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Pav(l)o(v)[r]

Todos temos medo. É natural, precisamos lidar com isso, convivendo ou superando. Ele é instintivo, animal, visceral. Tão decisivo e importante para a perpetuação de uma espécie quanto a reprodução. Afinal a chance de sobrevivência é maior quando se corre do que pode te matar.

Medos simples e as vezes até infundados. O escuro, insetos, chuva; não estão ali a toa, essas medos são criados por uma memória, como o medo de pisar em poças; a sensação de ter a meia molhada é terrível. Algumas vezes não é nem de uma memória tão ruim. Ninguém realmente tem medo de baratas, são artrópodes como todos os outros, mas sem transportar sete mil tipos de doença mortais; do contrário, os mosquitos, por exemplo.

E mesmo assim não conheço ninguém que tenha medo de mosquitos, mas uma barata voadora aparece; consequentemente toda testosterona do ambiente é liquidada junto com qualquer sinal de masculinidade, e todos gritam como vadias até o animal ser morto. A barata nunca fez mal a ninguém, mas a memória dos parentes gritando é tão forte, que as pessoas tem medo. Esses medos nos atingem, e somos obrigados a lidar com eles. Alguns não nos impedem de crescer na vida, conseguimos evita-los. Claro, superar um medo é abrir um leque infinito de possibilidades. Mas particularmente não vejo tantas vantagens nisso em relação aos insetos.

O problema é que não existe apenas esse tipo de medo. Existem aqueles que negam o desenvolvimento da podia como humano. O medo de conversar com estranhos, suplantados por nossos pais e tão difundido entre alguns adolescentes. O medo de falar em público travestido de timidez que impede a tantos conseguir novos amigos, novos empregos, novas oportunidades comprometendo tantos outros setores da vida.

Tem aquele outro tão comum a sociedade. O de arriscar, mudar, fazer. Muitas pessoas vivem infelizes, de acordo com os respectivos facebooks, claro. O emprego, o ônibus, o trânsito, a casa, o filho da puta que não faz nada para ajudar a porra do dia que já não está bom. Tudo se torna motivo para se vitimizar, mostrar a todos seu estado deplorável. A questão é: todos se sentem tão seguros em suas condições que tem medo de mudar. Sentem medo de não ter o que comer, da vida os destruir como fez a um fulano conhecido de um conhecido seu. E continuam suas vidas de vítima, reclamando de tudo sem nunca tentar resolver nada. Somos covardes.

O medo é um filho da puta. Nos prende, paralisa, cria uma barreira intransponível. Transformar essa barreira em caminho é o que nos diferencia dos outros animais. O medo e a coragem de continuar, de descobrir algo novo, de se tornar dinâmico em relação ao universo são os responsáveis por todos os avanços da humanidade, tanto no sentido singular, quanto no comunitário.

Felipe Juventude

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Pronto para servir

A vida é corrida: acorde; tome banho, arrume-se saia enfrente o trânsito cumpra prazos bata uma revanche com o tráfego e; durma para o próximo dia. Não se tem mais tempo para as coisas simples e belas: observar ao pôr do sol ou a um jardim. Se não temos mais esse tempo, o qual não consome mais que um suspiro, para simplesmente percebermos nossa existência e ganharmos um segundo de infundada felicidade, então não temos tempo nenhum para as coisas que realmente tomam tempo, como estudar ou preparar a comida.

Mas não se assuste caro leitor, pois toda vez que enfrentados com um problema cuja solução padrão não funciona (alegar ignorância) já não o resolve, o incrível ser humano dá um jeito. Foi criada uma maneira rápida e barata, o suficiente, para que todos tenham tempo para comer entre as longas jornadas de trabalho: Os enlatados. Comida pouco nutritiva e pouco saborosa, mas fundamental para continuar a viver nesse modelo frenético que o neoliberalismo nos proporcionou e aos poucos avança em direção aos outros setores de nossa vida privada.

Não me entendam mal, sou contra não ao capitalismo, muito menos a esse ou aquele modelo econômico. Também não tenho nada contra enlatados são ótimas opções, um dia ou outro, quando a rotina muda. É incrível ter algo para comer mesmo sem tempo, seja um salgado na rua ou ervilhas enlatadas. Numa emergência vale tudo.

Os enlatados foram criados em época de necessidade, era preciso produzir mais, trabalhar mais tempo. Realmente não se tinha tempo para preparar toda a comida; os enlatados também ajudavam a economizar, podia se comprar um grande estoque de latas que demorariam a estragar, mais do que as coisas embebidas em banda pelo menos.

Não só a população evolui, pois enlatados também evoluíram, esse pequeno teste que foi a comida enlatada se monetizou, tornou-se desejada, sonhos de toda criança a comida fastfood. Rápido, prático e "gostoso"; e cada dia mais rápido, já não temos tempo de escolher outra opção. E por que não ir além? Comida enche o estômago, nas não é a única coisa que temos de engolir.

Estudos se tornaram enlatados, é muito mais fácil convencer alguém de algo do que ensina-lo a chegar nessa conclusão sozinho, e quando se torna necessário faze-lo pensar por si, ele já não sabe e não quer aprender. "Para que?" Ele dirá. "Aprendi tudo para passar nos testes. Decorei todas as regras de pontuação e todas as fórmulas de física, nunca mais usarei isso na minha vida". Ele dirá. Mal sabe ele que talvez ele não use logaritmos ou números molares em sua vida adulta, mas que realizar esse raciocínio o ajudaria a veras nos próximos anos, mas era mais fácil comer essa educação enlatada, bater de frente com o vestibular para só então tentar aprender algo na faculdade.

Verdades absolutas, morais, éticas, entre outros são enlatados dá pior qualidade. Cegam as pessoas, que aderem a absurdos sem antes pensar sobre eles. Repetem sobre o chinelo virado que mata a mãe sem nunca perceber que era o único jeito de fazer a criança aprender. trabalham indiscriminadamente sem parar pra respirar, pensar um pouco sobre o que faz "o trabalho dignificar o homem". Importante lembrar que ainda são conhecimentos. Torpes, processados, vis, que buscam apenas colocar o cidadão "em seu lugar", mas que tem alguma base, algum fundamento. Não os ignore, apenas pegue esses enlatados, jogue na panela da mente, adicione sal e cebola, faça um belo refogado e capriche na pimenta, para ver o que de melhor ele pode te oferecer. Se ficar ruim, jogue fora e lembre da receita, para não repetir uma indigestão.

Felipe Juventude

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Auto bio-análise

Quem sou eu? Tenho surtos estranhos de auto consciência para me conhecer melhor. Até o momento eu já descobri alguns aspectos meus; sou diferente dos demais.

Generalizar-me é deveras incômodo. Sim existem muitas pessoas parecidas comigo, admito, tanto em aparência quanto em ideologia. São pessoas que permitem-me enxergar claramente o que sou através do que eu poderia ser. Gosto de alguns, evito outros e convivo bem com todo o resto. As vezes me torno amigo dessas pessoas e, oh meu Deus, como é bom ter alguém assim, que entende suas piadas e praticamente completa as suas frases. Uma amizade de infância instantânea.

Somos todos diferentes e cada um tem suas peculiaridades. Eu por exemplo me descobri um mentiroso compulsivo. Não, não gosto de inventar grandes histórias sobre mim e vangloriar-me, as minhas são menores, rápidas e precisas. Uma maneira boba de me proteger, tentar manter o controle dos fatos através da alteração dos mesmos. Uma maneira um tanto quanto convencional de exprimir medo.

Outro aspecto meu que se destaca é minha crescente insanidade, vocês vêm isso pelos meus textos, tweets deturbados e piadas de mal gosto. Gosto dela. Ouso dizer que todos possuem suas insanidades. Ela é natural, é o que diferencia uma pessoa da outra. Não precisa ser algo ruim, apenas um modo de ver diferente do "normal", mas a "pessoa moral e correta" insiste em esconde-la com gestos e ações, pois acha que a sociedade não a aceitará. Afinal, se todos fossem mais sinceros consigo, não haveriam tantos relacionamentos desfeitos. A convivência deixaria de ser uma caixinha de surpresas que só é aberta após o casamento.

Gosto do jeito que vivo, no geral. Minha zona de conforto recebe esse nome com orgulho, embora lentamente eu esteja abandonando-a. Ela é legal, gosto das pessoas e horários contidos nela, mas ela é só isso. Não me proporciona uma capacidade de viver, evoluir, de ganhar um objetivo. Torno-me máquina nela. Por isso comecei a escrever, precisava por minha vontade, minha atenção e meu sangue em um ponto fixo. Um ponto fora da zona de conforto.

E bem, tem mais sobre mim. Afinal de contas sou humano, animal, imperfeito, limitado, finito; e também sou humano, espiritual, recíproco, ilimitado e infinito. Vou me conhecendo melhor para saber aproveitar o que esse grande universo a mim oferece, mara oferecer a ele o meu melhor.
Felipe Juventude

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Por um futuro


A vida é louca. 
Alguns dias ela te dá um pouco de sorte que rapidamente se transforma em alegria ou felicidade. Em outros ela pega o passado e amavelmente o esfrega em nossas caras, com pessoas que atualmente vivem algo que já vivemos em outras épocas.

Mas hoje ela resolveu ir além, dar mais um passo na relação e me deixar muito feliz ao ilustrar um de meus mais recentes medos por dentre as páginas do jornal.
Tenho muitos medos, sou humano como todos os outros que talvez cheguem a ler esse texto, entre eles alturas, solidões e fim da cerveja. Mas essa imagem foi primorosa a me lembrar o que e pelo que faço hoje.
Virar um "adulto", ganhar meu dinheiro e tornar-me livre, mas o quanto estou disposto a pagar pela minha liberdade? E o quão livre realmente serei ao arcar com dividas e responsabilidades que se acumulam de maneira desleal.

Problemas que nossos pais resolvem com tanto amor por nós, se sacrificando, deixando seus sonhos, ambições e preconceitos de lado. Trabalhando para dormir, dormindo para trabalhar por nós.
E volto naquele que não é meu habitat natural, mas que é pronde corro nessas horas, que entre o medo e o desespero.

Procuro em meu futuro não me recurvar a essa máxima tão cruel, e luto pelo meu espaço, seja ele ao sol ou a sombra, estudando. Não para me tornar o empregado perfeito ou o mais esperto de todos, mas sim para fazer algo mais da minha vida para minha família, amigos, desconhecidos e até prazinimiga.

Luto para não dormir pensando na angústia do amanhã. Luto para acordar feliz em estar vivo. Em ter tudo o que tenho. Luto para evoluir, não sei muito bem para que, nem para quem. Mas luto, não por respostas, mas sim pelas perguntas que definem meu caminho, e pelo caminho que fico feliz em trilhar.