sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Post de hoje (Sexta)

Hoje não vai ter texto por motivos de: enrolado para o natal.
Volte dia 25, talvez tenha alguma coisa. Alguma coisa mesmo.
Até lá você pode ler um bom livro e me dizer o que achou.
Ou me indicar um bom livro. Desses de parar de ler é sempre a parte mais difícil.
Queria postar o texto de uma amiga como um tapa buraco aqui. 
Mas sou um babaca e não consigo pedir favores  com tanta facilidade.
Não que eu seja uma pessoa introvertida para pedir favores.
Principalmente financeiros. A meus amigos que não devo nada, é claro.
Mas quando é algo desse porte emocional me torno um assustado.
Assustado a ponto de temer uma resposta de uma pergunta que não fiz.
A tal da ansiedade é isso ai. Mata antes de pegar na arma.
Pode não parecer também mas sou tímido. Verdade.
Se você quiser saber um pouco mais sobre mim. É só voltar. Toda sexta.
Excepcionalmente agora dia 25 do 12. (quinta) e o da próxima vai sair 31/12.
Quarta.
Um último adendo:
Domingo e Terça são escritos assim para não rimar com feira. (Primeira-Feira // Terceira-Feira)
Sábado é sábado porque foda-se ele pode ser quem ele quiser. Todo mundo ama ele.
Tem sábado com cara de segunda pra quem trabalha, sábado com cara de domingo pra quem encheu a cara sexta. Sábado com cara de sábado que só sábado sabe ter.
E sábado com cara de Gretchen quando é preciso ir ao mercado.
Ou comparecer a um evento indigesto.
Mas o sábado pode ser como ele quiser.

O blog é meu, eu não preciso fazer sentido,
Amo vocês,
Felipe Juventude

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Radioactive

"O mundo está para entrar em uma nova era."
Se você nasceu antes de 94 e é capaz de se lembrar das coisas que eram ditas durante a virada do ano 99 para 00, deve ter escutado algo neste sentido. Seja na virada do milênio, no asteroide que quase atingiu a terra ou até no 2012 maia. O planeta está sempre prestes a presenciar um grande evento catastrófico capaz de destruir todas as tecnologias ou de trazer de volta os mortos para que eles contaminem aos outros, resultando em um apocalipse zumbi.

E nada disso aconteceu. A cada apocalipse continuamos os mesmos. Nossas vidas não mudaram por causa disso. Não suicidamos, não desistimos e não nos animamos também. Embora sem perceber mudamos de era. Sem um grande marco, sem uma grande invenção, sem a consolidação de um grande império, sem um novo modelo econômico, sem banhos de sangue. E ela está ai. Tivemos um pouco de tudo isso em todo o mundo, mesmo sem ninguém ligar os pontos.

Você está nessa nova era. Pare para pensar um pouco como. Respire, se acalme, deixe um pouco de lado os stresses do dia-a-dia, as contas para pagar e o consumismo exacerbado. Largue essa porra de Facebook, se integrar aos amigos é ótimo. Ter tudo ao alcance da mão é incrível, isso é resultado de anos de pesquisa científica e trouxe ótimos avanços na qualidade de vida, não é preciso ter muito mais que isso, nossa comida está refrigerada, nosso lazer à palma da mão e nossa ambição dilacerada.

Objetivos. É o grande ponto desse período. A ciência e a tecnologia parecem tão avançadas, que aos seres humanos comuns não é vantajoso seguir por essa linha. O mundo já foi todo descoberto, não existem mais paraísos ou el'dorados para se descobrir, eles estão lá, você só vai refazer a trilha que alguém criou. Então os objetivos se resumem a vida cotidiana, como pagar as contas ou ir em um restaurante caro uma vez por ano. Metas vazias, que são postas e executadas em velocidade incrível e  repostas. São vazias não por não valer a pena cumprir elas, mas pela sensação que ela deixa após batida, como quando se termina um livro.

Uma era movida pela fé. A fé, a qual não pode ser explicada pela ciência, pois toda vez que o fazem vira a própria. O inexplicável que dá sentido aos atos desordenados chamados de vida. Essa espiritualidade que não demarca os limites da razão humana, como tantos religiosos atestam como absoluta, mas que é exatamente o contrário. É o limite sim, mas não uma parede, imóvel, mas como uma névoa, suplicante pelos novos exploradores que vão estender os limites de qualquer razão e de qualquer compreensão e que nunca vai se extinguir.

Aceitar a realidade é legal. Se curvar perante a ela, viver cada dia como algo único. Ganhar o dinheiro, gastar o dinheiro, aproveitar conversas. Não um escravo da rotina, mas um parceiro dela. Isso é realmente incrível. Mas evoluir além dos limites, no imensurável pelos sensores atuais, resolver problemas que sempre existiram, mas que nunca tiveram tempo para percebê-lo pois estavam preocupados demais tentando sobreviver de maneira confortável. 

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Fim

O fim da vida é, normalmente, uma angústia. A terceira idade definida como a pior idade por vestibulandos da uerj de algum ano ai é uma coisa dificil de lidar; tanto para eles que chegaram lá, quanto para nós, que tememos e acompanhamos até lá. Se não sabemos lidar nem com a situação constrangedora e confusa que é o acabar dos rolos de papel higiênico na casa dos outros, quem dirá com esse tabu ocidental que é o acabar de uma vida.

Me deparei com tal situação enquanto lia FIM da Fernanda Torres. Velhos ranzinzas, climões, saudades do tempo que não volta e solidões acompanham a leitura, a qual, por incrível que pareça, chega a ser agradável. Mas não é por isso que comecei a escrever este texto. Seria apenas uma resenha, dessas que eu posto no skoob, mas não é. Enquanto lia FIM, amavelmente cedido pela minha irmã, passei em uma livraria e tomado de um impulso (controlável) comprei mais dois livros, e um deles era esse tal de...

Nu, de botas do Antônio Prata, que é exatamente o contrário. É o início, cheio de expectativas e sonhos. E com muito pouco conhecimento de mundo, sem a maldade por trás das palavras, sem as mentiras por trás dos elogios, e tudo que não se sabe é inédito, maravilhoso, com alguma explicação mágica junto a uma incrível expectativa que costuma ser diria das formas mais simples.


Li quase em simultâneo esses dois extremos e aconselho a experiência. Simultaneamente leva o leitor ao fim, as vezes uma redenção, ou um arrependimento e de quando em vez só um ponto final mesmo; e ao início, já esquecido devido ao excessos da adolescência embalados dois problemas de uma vida adulta que se acumularão.



Lembram que independente do fim( ou do começo) a vida passa; as infelicidades e momentos ruins estão ai sempre para quem quiser vê-los, embora os bons também estejam, escondidos, e esperando uma força de vontade para se mostrarem.

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Tempo

Nunca sei se é maldição ou se é benção.
Tão relativo a passar irreversivelmente. Não que ele seja o culpado de tudo, mas as decisões ruins são todas tomadas nele. Hesitações, ressacas, inconsequências. Tudo o que dá errado: no passado. Até aquele cabelo, o jeito de andar e falar; estranhos. Os papos repetidos, as piadas prontas, os passos marcados. Passados.

Mas as risadas, as alegrias. O tempo que não volta. Vivemos esperando dias melhores, não dias que realmente sejam melhores que hoje, mas que lembrem os bons dias do ontem. As boas risadas, as toneladas de tempo livre sem dinheiro. E quando existia era pouco, reservado a bebidas, que viravam histórias, fotos, recordações, momentos. Que não voltam.

Continuo sem saber se o tempo é meu maior aliado ou um grande inimigo. Mas continuo com a certeza de que, graças a Deus, ele passa. Mesmo quando perdemos algo, outro melhor pode surgir no futuro. O que é ruim, passamos para alguém que saiba aproveitar melhor, e o que é bom fica. Mas o que é melhor, compartilhamos, apresentamos novos amigos a velhos amigos, velhas brincadeiras para novas rodas, velhas piadas para novos ouvidos, boas companhias para todas as horas antigas e novas.

Se ainda tem uma avó, liguem para ela. Liguem para alguém que vocês gostem mas que mora longe. Nada de mensagem na porra no what's up e nem cutucada no caralho do facebook. Matem a saudade, digam as novidades, lembrem as pessoas que vocês amam que nada mudou. Os dias passaram, os empregos mudaram, os salários e os horários. Os fins de semana podem não estar tão livres assim, pode ter começado uma terceira guerra mundial ou o Vasco pode voltar a dar orgulho a nós, seus torcedores. Mas o amor e o carinho que se tem por quem se ama, continua lá, cada dia mais forte e esquecido. Tire a poeira dele, faça uma coisa boa para você enquanto faz algo de bom para alguém.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Invagaçoes

Sempre me achei muito forte, que saberia cuidar de mim mesmo,e que não preciso de ninguém. Mas, o panorama mudou; eu cresci, evolui e comecei a me entender um pouco. Estou longe de chegar ao nível de auto consciência que almejo, mas sinto falta de algo, algo com o que eu pudesse contar para as horas difíceis, horas essas que sempre pensei que seria capaz de lidar tão facilmente no modo solo.

Não sei, pareço só nesse universo com tenta gente. Evito criar vínculos, responsabilidades, compromissos. Boto a culpa em mim, na minha falta de forma física e em meus assuntos -batidos e chatos-; sinto-me vulnerável e por medo nunca me abri para ninguém, nos momentos de fraqueza já aconteceu, mas nada voluntário e nem agradável. Afasto aqueles que tenho chance de gostar de verdade por reflexo e estabeleço barreiras entre eu e meus amigo e familiares para continuar a ser eu.

Talvez também seja apenas falta de vontade. Mas a falta de ter alguém para dividir os acontecimentos inúteis e banais é o que me mata. Conversar com alguém que sinceramente não queira responder um sonoro foda-se( como eu adoro fazer) para o que eu venha a pensar sobre o tempo ou o sinal fechado.
Mesmo assim, eles dizem que só preciso encontrar a pessoa certa. Mas não é tão simples assim, como posso me prestar em prol de outra pessoa tão profundamente, de forma tão completa, de me dar sem querer receber, se nem me conheço.

Como posso amar sem me amar? Parece tão comum nos dias de hoje, relações cheias de paixão, mas vazias de amor. Fogo que acende e apaga tão rápido como uma ejaculação precoce. Quero me gostar mais antes de tudo, entender minhas responsabilidades para não usar os outros de cabide para meus problemas.

E não digam que não sei o que é amar, seus filhos da puta. Amo sim, posso não fuder toda a noite com a mesma pessoa, e nem com pessoas diferentes. Mas amo. Amo o que me tornei, amo o que sou, posso não me amar em tamanha amplitude ainda, mas gosto mais de mim hoje do que ontem, pensamentos como ~eu me odeio~ já não habitam mais minha mente. Amo meus prazeres, de conversas descompromissadas pelo computador, tweets insanos, risos e alegrias.

Amo com fervor meus pais, meus irmãos, meus amigos, meus gatos. Posso não recuperar minhas memórias de um passado que não volta. Se eu vivesse tudo de novo, e pudesse ter escolhido diferente, escolheria. Sinceramente, não aconteceria nada diferente, eu ainda era como era, e tudo que aconteceu( entre decisões boas, ruins e péssimas) me trouxe para onde estou hoje.

Posso não ser feliz como alguns, e posso não ser triste como outros. Posso não saber dançar, cantar, escrever, rir ou chorar. Mas não desisti. E se desisti, não tive coragem de dar o passo em direção a morte. Quer saber? Qualquer dia publico esse. Talvez quem sabe.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Pulso

Desapega, desapega.
O quão simples, libertadora e difícil as ações descritas nessa frase— que é quase um mantra— podem ser de executar. Todos possuem um Norte na vida. Alguns vivem para transar, outros para amar. Há quem só para comer e também quem apenas para cozer. Na geração atual parece que muitos a fim de dormir, e, felizmente, muitos para sorrir também. 

Todos, em maior ou menor escala, possuem uma ambição que os guia entre as decisões ruins que constituem essa longa estrada chamada história pessoal. Enquanto uns remam contra a maré incessantemente, a grande maioria deixa a vida os levar. Não que lidar com o futuro seja fácil, mas deixar o passado é igualmente cruel.

As  coisas são assim naturalmente. Querem alcançar a perfeição, alguns gases já nascem nobres, outros se ligam incessantemente uns aos outros para alcançar a tão sonhada estabilidade. Que nunca chega. Um mais eletronegativo chega na parada, puxa os ións e as ligações, mexe nas covalentes, as vadias de van der walls saem com quem querem e quando querem, as apolares se fazem de santinhas, mas na pressão e temperatura certa e companhias erradas, se transformam.

O que na verdade é incrível, dessa forma fazemos eletricidade que nos deu as maravilhas de circuitos integrados que virou essa tela na qual você lê agora. Mais ainda, nos forneceu diversas comodidades como frigideiras anti aderentes que não roubam nossos omeletes porque esquecemos de botar manteiga nelas. O fato do universo ser tão dinâmico é o que faz viver valer a pena.

Perdas são necessárias para que o novo venha. Pior do que perder a casa de infância, perder o contato com aqueles que um dia já foram melhores amigos por descuido ou perder alguém querido para que ele continue sua trilha no seja lá que vier depois, é ser forçado a tomar essa decisão. Não se tem controle sobre a vida dos outros, se eles vão viajar, se eles mudaram de número, ou se brigaram com sua família, o simples fato de não poder controlar isso faz com que aceitar a perda do passado se torne menos pior. Pelo menos não foi minha culpa.

Mas se desfazer de algo por espontânea vontade. É simplesmente cruel. Um dos extremos desse caso é permitir ou não uma vacina letal no cão que acompanhou você por anos a finco. Ele já não late nem come da mesma forma que antes. A festa quando se chega em casa ainda está lá, sem mais pulos ou com toda aquela alegria, mas com olhos assíduos, embebidos em felicidade e alívio de poder estar junto ao dono por mais algum tempo.

Não só nos casos extremos, mas os pequenos abandonos diários. Jogar fora uma caneta por ela ter parado de funcionar, dar seus livros que agora parecem mais uma coleção de poeira ou as roupas que nem mais cabem em seu corpo ou estilo. É opinar entre ver aquilo que ama definhar em seus braços ou vê-lo nunca mais.

A parte boa de soltar é que abre espaço para o novo, e ele chega sempre. Novos livros ocuparão a estante, e se não forem livros, novos hobbies, experiências, aventuras. Quando perder algo, permita-se algum luto, mas o abandone quando for suficiente, nele você definha. Perca amigos, inimigos, oportunidades, roubadas e até mesmo seu Norte, mas não perca a sua força de vontade. Ela é quem faz tudo valer o suor, o tempo e a vida investida nas atividades.

Felipe Juventude

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Mais uma prova :B

Ois.
Para quem não sabe, estou na reta de novo. Sim, ENEM. Também, já tenho idade para estar me formando. Fodam-se.

Não que o ENEM seja a prova mais difícil da minha vida ou a mais importante, mas é onde eu vou puxar o extrato do meu ano. Não trabalhei, não sai (muito), não fiz nada além de cumprir minha função social de estudar. Nesse mundo louco, que tempo é dinheiro, e dinheiro é cada vez mais preciso por parte de muitos, perder um ano, da mesma forma que um repetente, é inadmissível. Nunca pensei em ser um dos mais velhos da turma até assumir o compromisso de entrar numa faculdade pública. Nenhum dos meus irmãos fez isso, acho que agora posso fazer algo inédito, mesmo sendo o caçula.

Estudei, talvez poderia ter feito mais, ou menos. Mas a verdade é essa; eu não poderia estar mais preparado. Agora, sexta, não há mais o que se fazer, além de relaxar e gozar (do Supla, Mãe). Como já disse o professor Trajano, "Deus tá vendo você mexer nesse celular"; mais que Deus (ocupado com os ebolas e gols de partidas decisivas) você viu o que você fez, o quanto você se esforçou para manter-se acordado em aulas de química e ainda aprender algo daquilo (coisa de satã).
Importante é lembrar que não importa se a prova está difícil ou fácil, o que passa é ir melhor que os outros. Manejar tempo e leitura. Deter a calma dos monges tibetanos e a agilidade do Jack Chan do desenho.

Por fim, não me perguntem. Nada. Não quero ouvir um "como foi a prova" não importa o quão bem intencionada a pessoa seja. Se chegarem com um "acertou quantas" o IBGE aponta a presença de sarcasmo e frieza na resposta. E nem "vamos sair?" quero ouvir, o som da interrogação me agoniza. Complete a frase "vamos sair, eu pago". Lindo, coeso, crítico e bem escrito, uma redação nota mil.


Não desejo mal a ninguém, o universo não é justo;
 é recíproco.
Aos familiares, amigos e desconhecidos; 
felicidades e dinheiros.
Aos milhões que farão a prova amanhã, (eu e muitos amigos inclusos);
agilidade e precisão.
Já para as inimigas...

Às inimigas vida longa.

Felipe Juventude

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

An angel with a shotgun

Por motivos de ENEM, essa semana não tem texto, mas achei esse continho aqui no meio dos meus arquivos então vá lá.
Semana que vem estamos de volta com palavras formando frases transmitindo sentimentos. Aproveitem.

Olhava para cima. O céu estava lá. Belo, azul, com algumas nuvens inocentes a passear pela tarde sem nunca tampar o sol. Parecia uma cena estranha, um homem bem vestido olhando para o céu. Mas como tudo que é estranho, a massa populacional resolveu ignorar. Afinal de contas só era estranho se alguém tivesse tempo o suficiente para observar o estranho padrão do homem. Ninguém tinha tempo, todos passavam direto.

Não era como um morador de rua ou como um gari, se estivesse vestido como tal tornar-se-ia oficialmente invisível para a sociedade, mas seus trajes de cidadão comum só eram suficientes para chamar a atenção que existia alguém no meio do caminho, e nada mais.

Mal sabiam que era um homem de posses, detinha capital, terras, mulher e filhos, mas para os últimos dois já não havia tempo. Era um homem acabado vazio, o sol, impiedoso, transpassava seu corpo. A sombra que o acompanhava, prova definitiva da existência de substância estava furada. Já não era mais homem. Nem humano. Sucumbira as necessidades da rotina e parou de evoluir. Naquele corpo que já teve alguém agora é apenas um invólucro, esperando a morte chegar.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Referências

As vezes, com o caminhar da conversa, sempre passamos por um assunto interessantíssimo, mas que poucos têm vontade de discutir; opiniões se engessam e uma degladiação de vozes dissonantes onde a mais alta "ganha".

No meio dessa confusão a qual não me intrometo por opção alguém me pergunta: "qual a sua religião?" E meio sem graça respondo: Acredito no que eu acredito. Muita gente não entende esse ponto de vista, mas aceita-o de qualquer forma ou tenta converter-me( ponho em prática a fica arte de mandar alguém se foder sem esse alguém perceber).

Bem eu gosto da citação daquele filósofo, Nietzsche, que diz que Deus está morto e a humanidade o matou. Concordo em parte, então vamos continuar nessa linha de pensamento, por partes. Deus não está morto. Deuses custam a morrer, mas estão fadados ao esquecimento. É assim que deuses funcionam. Vão e vem adjuntos a culturas e civilizações com promessas de dar um sentido às pequenas vidas daqueles que lideram, mas com o fim ou conquista dessas civilizações lá vão os Deuses e seu triste fim de serem esquecidos.

E bem, o Deus atual não está morto e muito menos esquecido. Ele está lá: firme, forte e operante. As pessoas o usam como guia para suas ações, seus julgamentos, suas promessas, suas dividas e suas trepadas. Mas a questão aqui não é essa, e sim, quem está por trás desse Deus?

Manipular o nome de Deus nunca foi tão fácil. O império romano o fez bem por muito tempo e quando o império caiu, deixou tal tarefa nas boas mãos da igreja católica. Não, não sou a favor do que a igreja católica fez ao longo da história com seus jogos politicos, suas guerras santas e nem com sua imunidade santa. 

Todavia uma coisa ela fez bem, e isso foi manter a imagem de um grande Deus misericordioso e impiedoso, e por muito tempo deu certo. As pessoas tinham medo do desconhecido, como continuam tendo até hoje.

Os problemas começaram quando eles não conseguiram mais calar cientistas e filósofos que insistiam em contradize-la, o tão temido novo, não era mais tão estranho afim de entender e desmentir. Nesse ponto ela foi incapaz de se manter inteira. Reforma e contra-reforma rolaram, foram criadas várias formas de ver os mistérios da vida, afinal é para isso que servem as religiões. Infelizmente esse processo desencadeou também na intolerância religiosa ocidental por ela mesma, ou seja, violência gratuita porque um não concorda com o outro. Claro que existe interesse econômicos no meio, mas nada melhor que fé para movimentar um exército.


Em meio a esse mar de escolhas entre ideologias lindas baseadas no amor e preconceitos infundados disseminadores de ódio que você escolhe a sua religião, sua ponte de ligação entre você e algo maior que dá sentido a.existência. Afinal, definem a vida como nascer, crescer, reproduzir e morrer, mas se fosse tão simples, o homem não evoluiria. Se não fosse a angústia de estar triste, insatisfeito, incomodado o mundo não teria mudado. E o preço a se pagar pela rotina, aceitação, submissão é pesado: ser infeliz.



"É só isso? Ser infeliz?"
É tudo isso. Ser infeliz.



P.S.: Eleições batem a nossa porta de novo, um segundo turno com cara de round dois. E que round 2.
A baixaria e mares de acusação não se resumiam aos minutos intermináveis de propaganda política e nem aos recorrentes debates, tão aclamados pela mesma baixaria em redes sociais.
Sabemos que o sistema político do nosso país é corrupto. Aprendemos quando criança que quem está melhor é quem se dá bem, trapaceia-se em piques, ao encontrar coisas no chão, ao colar em exames, ao furar filas, jogar lixo no chão, etecetera, etecetera, etecetera...
Mas quantos são os países em que as pessoas morrem (literalmente) para conseguir esse direito que é um dever. Ter de lidar com carros de som, propagandas abusivas, mentiras descaradas é melhor que viver uma colônia, um império, uma república oligárquica, um estado facista ou uma ditadura civil-militar; mas ainda não é ideal. Por esse simples fato venho aqui pedir que você, leitor, vote. Vote Dilma, Aécio, Pézão ou Crivella. Discuta, levante argumentos,tente convencer, mas sem partir para a ignorância, tornar-se cego é o segundo maior pecado político. Pode não ser esse mandato que as coisas melhorem, mas se abster de votar só para ausentar-se de culpa é lamentável.

domingo, 12 de outubro de 2014

2.1

Er oi.
Antes de quaisquer outra coisa, hoje estou fazendo vinte e um anos. Não, não escrevi esse texto hoje. Estudos indicam que vou estar na casa do cunhado jogando ps4 nesse momento ou em casa tomando uma cerveja cosamigo e comendo umas carne. Chorem inimigas. Esse não é como os outros, é mais pra um blog text mesmo. Vou falar da minha vida e você pode não ou pode ler. BE FREE.

E bem, é meu aniversário, agora posso comprar álcool em muitos lugares do mundo. Alguns vão dizer que estou mais maduro, outros que estou me aproximando da morte e meus tios estão contando nos dedos os anos que faltam preu fazer 24 e eles poderem fazer piadinhas de tio. Mas não é disso que eu vim falar.

Todo ano é um ciclo, você faz aniversário, deseja alguma coisa na hora de apagar as velinhas, em algum momento é ano novo, você promete ficar magro, entrar na faculdade, escrever um livro e plantar uma arvore, no dia seguinte tudo que você quer é um remédio pra ressaca, e passa mais algum tempo e você faz aniversário de novo. É assim mesmo, aconteceu comigo umas 21 vezes já. E diferente dos outros anos que eu só somei um na idadei, fiquei me perguntando; o que caralhos fiz nesse ano que passou?

Não adianta perguntar para os outros, cada um tem seu jeito de ver as coisas. Alguns vão dizer, "Você estudou bastante tá ok" outros, "Quase não saiu, seu ano foi uma merda" e tem gente que ainda "Trabalho porra nenhuma e viveu bem, tá bom demais" e cada um deles está certo em sua própria maneira. Maneira a qual eu costumo muito pouco me fuder (Se você me conhece sabe disso).

Por mais que eu odeie admitir, o ano foi ótimo. Posso não estar feliz com meu rendimento acadêmico, nem com a minha classificação no último SISU, também não parei para seguir e descobrir meus sonhos( papo para outro dia) e nem fiquei melhor nos jogos que eu já jogo. Mas esse ano foi essencial para mim.

Afinal apesar de sempre ter rolado uma sinceridade interna sobre o que eu queria e o que estava disposto a dar pelos objetivos. Esse ano tomei coragem e me abri para ler-me como um livro, para apontar meus defeitos e qualidades, gostar de alguns e detestar outros. Conhecer-me.

Em algum momento nesses 365 dias que passaram eu me deparei com um vídeo que mudou minha maneira de ver as coisas. Foi um que falava sobre vício em jogos, e como isso aconteceu com ele e ficou mais claro que nunca de como aquilo acontecia comigo. Eu me isolei do mundo, não havia mais lugar nele para mim. Todos os meus assuntos eram chatos, batidos e limitados. Isso me incomodava, mas estava tudo bem. No final do dia ainda tinha meu refúgio, em meio a mundos maravilhosos, com objetivos claros e que eu era importante e não só um cara que saiu da faculdade e está em meio a dezenas de adolescentes brigando por uma vaga na faculdade. Nunca me isolei socialmente, meus amigos virtuais são ótimos, mas não conseguir ultrapassar essa barreira com as pessoas "normais" me incomodava.

Como vocês devem saber, não parei de jogar. Jogos não são como bebidas ou cigarros, eles não botam alguns substancia química no organismo e te deixam viciado, o termo mais correto é compulsão ou sei lá. Parar de jogar seria fugir, seria deixar de esconder-me nos jogos para me esconder em novelas, livros, filmes, músicas ou afins. A coisa mais incrível do vídeo não é a mensagem que ele deixa, a de life welcomes you back.

Independente de quantos anos você perdeu, quantas horas isolado, ou seja lá o que você achar que as pessoas pensam, a vida te recebe de volta. Acho que no final foi isto que me ajudou mais.

Os jogos deixaram de ser minha zona de conforto, agora são onde vou relaxar um pouco e rir com meus amigos, assim como o próprio pre vest onde encontro meus amigos novos e converso enquanto os professores escrevem toneladas de texto no quadro.

E dizem também que existem outros ciclos na vida, um de sete em sete anos que vou estar completando. Talvez eu vire um jovem adulto mais maduro, talvez só fique mais babaca. Quem sabe fique famoso por escrever esse tipo de coisa, mas algo é fato: as possibilidades são infinitas, e eu convido você, leitor, a me acompanhar por mais um ano dessa parada incrível que chamam de vida.

Post Mortem
Estou escrevendo este pequeno trecho após minha festa, porque achei válido. Pela primeira vez em muitos anos, fiquei feliz em completar mais um ano. Isso não era comum a minha pessoa,

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Sinais

Aqui vai uma crônica. Gosto de escrevê-las, são leves e divertidas de digitar. Sem muito compromisso, mas sempre tentando mostrar o melhor dela. Facilmente escreveria sobre o assunto em meus textos comuns, mas a crônica dá a forma e o contexto do cotidiano à minha filosofia. É sempre mais fácil ver o mundo em movimento do que ter de imaginá-lo girando. Aproveitem.

- Mas que merda! - Exclamou a motorista ao ver que no horizonte um semáforo trocara de verde para amarelo. Dizem que carioca não gosta de sinal vermelho, e aquela ali era uma das que justificavam tal generalização. Não que ela fosse um alguém tão estressado todo o tempo, dificilmente se preocupava com eles; ignorava-os veemente. Mas aquele era diferente e a cobrança do DETRAN dentro da bolsa a lembrava muito bem disso.

Praguejava alto, ninguém estava junto dela nesse momento, resolveu logo extravasar o ódio e a raiva que vinham do cotidiano. Sentiu-se bem, normalmente não tinha tempo para xingar aos sete ventos, não que tivesse tempo algum para qualquer coisa. Acordar, ficar linda, comer de forma saudável, enfrentar o trânsito e trabalhar já tomava tudo o que tinha. Marido e filhos? Deus a livre, mal conseguia se divertir; os finais de semana eram quase que exclusivos para dormir e arrumar a casa.

Olhou impaciente para seu relógio; sem sombra de dúvidas se atrasaria para o compromisso, mas ainda não estava disposta a ganhar nova correspondência para chegar "menos atrasada", no fim das contas, estaria atrasada de qualquer forma, então desviou o olhar para a janela e viu o vento bater descompromissado na árvore que parecia não ligar para aquelas crianças brincando em seus galhos, como um guardião. Crianças tão felizes, ignorantes dos horrores da vida ou inocentes, você decide. Mas é inegável a pouca responsabilidade empregada em como elas gastam seus preciosos minutos que não voltam, e ela começou a lembrar um tempo que também não volt...
BIIIBIIIBIIII -O SUA PIRANHA MALUCA, O SINAL ABRIU, VAMBORA AI.- Exclamou outra pessoa, provavelmente outro carioca que já estava puto com o sinal vermelho e ainda por cima tinha uma mulher apreciando a paisagem só para atrasar o dia dele. Super aceitável. Já ela, acordou do leve sonho e voltou a realidade. Feliz por conseguir andar naquela cidade de trânsito caótico e honrar seus compromissos, mas um pouco melancólica e nostálgica.

Normalmente era bem exigente em seus pedidos; o celular da moda, um grande anel de brilhantes, sapatos, viagens e vestidos. Mas naquele momento, tudo o que queria, era mais um sinal vermelho.

Felipe Juventude

PS: Exclusivamente na próxima semana, o texto será publicado domingo. Grato pela atenção

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Netos da Ditadura

Faça as contas, a ditadura acabou na década de 80, nossos pais vivenciaram a repressão, a censura e o terror. Para nós, filhos e netos dessa ditadura, mesmo com 30 anos de democracia, os reflexos dela se mostram em nosso cotidiano. Cicatrizes, aparentemente, fechadas mas que ainda doem em nossos costumes; o sistema penal, o autoritarismo policial, o messianismo de carreiras militares, esse moralismo que suprime os próprios direitos humanos incrustado nos mais velhos e herdado pelos jovens.

Se essas cicatrizes são como sombras, os desdobramentos são apenas reflexos dessas, que nada fazem além de assustar, como no mito da caverna do Aristóteles, no qual o simples ato de levantar e sair resolve o problema. Mas estamos numa sociedade "livre", ninguém precisa levantar-se e sair andando, mesmo que todos os dias os problemas se repitam, a indignação mostra as caras para um café da tarde junto com o estadoTV, e tudo se repete no próximo dia.

Esses reflexos de sombras se mostram de dia em dia, de mês em mês e, especialmente esse ano, a cada quatro anos uma situação  de indignação é repetida; as eleições. Ahhh como eu adoro chegar nesse assunto, porque não importa o que eu faça, tudo nesse ano ser transforma em um ato político. A cor da minha blusa, o tamanho da minha barba, se uso boina, o que eu acho do bolo de chocolate ou de sei lá o quê. Vale lembrar que não apenas filhos da ditadura, o povo agora é o manifestante, que se cansou de esperar, é o ativo "sociedade acordadora de gigantes". 

Mas o pensamento comum da ditadura,o de se abster, se faz presente novamente. Não sabem como me dói ouvir que familiares e gente querida vão votar branco ou nulo. "São todos ladrões, meu voto não faz diferença" alegam. Como se o fato de não votar os livrasse da culpa de termos péssimos governantes, enquanto na verdade só dá mais valor aos votos corruptos, advindos de compra e suborno. Seu voto pode não definir a eleição, mas a renúncia dele não te torna menos responsável pelo que acontece com ele. 

É melhor lidar com caixas de som, panfletos, gente chata na rua, gente escrota na tv na hora do almoço, estatísticas fraudadas e mais um monte de merda que só se vê nessa época, do que seguir um script, de acordar com medo e dormir rezando para que ninguém próximo suma pela madrugada. E ainda pôr uma máscara de cidadão modelo pela manhã só para não ser o próximo a descer pelos porões da Ditadura.

Felipe Juventude



Post script:
Caso alguém queira saber, vou votar Dilma e Tarcísio. Sei que não são da mesma coligação, e que se ambos forem eleitos, o estado do Rio talvez tenha problemas, mas as opções são escassas. Marina tinha um bom discurso, mas para conseguir apoio político distorceu seu programa político. Ainda vejo marcas de um governo de direita então, nada de votar no Aécio também.

No Rio de Janeiro, votar no Tarcísio é quase um voto de protesto em vista desse monte de corruptos disputando, mas no segundo turno prefiro que o Garotinho saia, independente da segunda opção.

Já para deputados e senador, passarei essa semana estudando propostas e históricos. Lembro-me que ninguém governa sozinho, então escolherei baseado nos meus outros votos. Procurarei aqueles que mostrem algo viável em quatro anos, não para mim, nem para meus amigos e família, mas sim para o país.

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Faz: A força e Açucar

Escrevo este enquanto pré-vestibulando, e muito me agoniza essa vida. Não é pressão, mas sim angústia. O que mais machuca nunca é o fato de cair - abre um buraco, quebra um osso, dói para caralho- mas nesse ponto o problema já é palpável; só enfaixar, dormir, passar o satânico metiolate (aquele que arde pa porra) e resolver o problema. Aquilo que machuca é o segundo de insegurança pré queda, no qual as cartas estão todas jogadas pelo ar e não se pode prever o momento seguinte, e esses que compõem o longa metragem aterrador que chamam de vestibular duram horas, dias e meses.

Mas estamos ai, na reta final. Os muitos meses tornaram-se dois, as muitas expectativas só crescem a cada exercício resolvido, a cada segundo estudando.

A maior fraqueza de muitos candidatos é achar que estão sozinhos, que todos ali estão contra ele, como em um filme do xuazinég onde ele mete bala em geral e sai de cena com ares de hellyea. Mas a vida não é um filme e não somos xauzinegs, se geral atirasse como no filme, sairiamos com ares de queijo suíço.

Lembrem-se amigos, se algo nos une mais do que características em comum, é uma vulnerabilidade em comum. Você não está competindo contra tudo e todos, mas tudo e todos estão contigo. Todo mundo estudou e se preparou, mas na hora do vamo ver, tá geral nesse barco, fazendo a mesma prova. E acredite, ele não só pode como vai afundar. E quem sobrevive não é o mais preparado, nem o mais esperto, claro, isso ajuda pa caramba, mas o mais certo de passar nessa brincadeira é quem sabe dançar junto à música.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Aniversário

De novo, esse é mais um texto que fiz para minha família, e tudo que eu escrevo tem pedaço de minha carne com meu sangue, então, se você gosta dois meus textos: divirta-se.

Ai ai caramba,
mais um aniversário dessa minha nega.
Dessa vez um pouco diferente, não é mais o aniversário da minha irmãzinha mais velha; não porque você tomou uma poção mágica do crescimento e então ficou grande, e nem mudaram o números de anos que nos separam; mas sim porque não é mais uma menina, no último ano conseguiu um carro, um teto e até um HA HA HA lepo lepo.

É uma mulher agora, mesmo assim ainda é minha melhor amiga, maior companheira, grande alternativa a domingos tediosos, fiel carona, conselheira, vaquinha no harvest moon, dueto musical, dupla de stand-up para piadas internas, colaboradora nas loucuras, e, acima de tudo, minha nega.

Não te desejo só felicidade, desejo mais, desejo saúde, cartão de crédito ilimitado, uma conta bancária cheia de números, muitos churrascos, jantas, almoços e cafés da manda repletos de boas companhias. Muitos sorrisos sinceros e uma serra elétrica para lidar com as poucas tristezas que ousarem tentar aparecer no caminho. Uma louça suja para seus dias de tédio e um monte de pai para me fazer sanduíches.

Ah, antes que me esqueça, fiz uma descoberta ao ficar tanto tempo longe de você limitado a pequenas visitas no final de semana repletas de risos e coberturas que você diz. Descobri que dá para ser feliz sem você. Mas puta que o pariu, é bem mais difícil. Feliz aniversário molier, que este ano seja melhor que o último!

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Em queda

Todos que buscam algum tipo de orientação espiritual, recebem os mesmos conselhos, independente da religião: "se encontre, admire, abra espaço para o novo, ame o próximo". Mas o mundo não me preparou para tal fim. Sou da era da informação, da agilidade, das "respostas na ponta da língua". Não há mais tempo, mesmo com tanto dele livre, não precisamos nos preocupar em plantar ou cuidar de uma vaca a fim de almoçar, temos o, incrível e super, mercado.

A liberdade do tempo inexiste: compromissos, promessas, ambições e outras coisas o ocupam; quando finalmente temos o tão cotado "tempo para si" não sabemos o que fazer dele. O abismo, o qual nos acompanha pelo simples fato de sermos humanos, mostra-se; não temos afazeres para nos apegar e nem ninguém a fim de usar de apoio, então percebemos que estamos nele, sem saber ao certo quando fomos jogados.

O abismo é aquilo que todos nós vivemos. Dizem que a única certeza da vida é a morte, da mesma forma que o abismo é a consequência direta de minha humanidade. Minha consciência. Não escolhemos onde nem de quem nascer, somos jogados em nossos corpos para que lidemos com as coisas mais banais da vida. Aprender. Lidar com ele é algo que podemos adiar, mas não é um compromisso "cancelável".

O que muda não é ele em si, mas a forma de vê-lo. Há aqueles que o veem como um abismo de tédio e de vazio. Essa pessoa reflete-se na escuridão e debate-se em raiva, ódio e desilusão. Não existe ninguém para culpar em nosso interior, as responsabilidades, nossas em essência, saem do amigo de trabalho, das "inimigas" e de Deus. Jogados em nosso próprio abismo. Em queda.

Existe a outra maneira de olhar, não procurar a luz acima de nós, essa se perdeu antes da consciência se formar; nem caçar o fundo do poço, ele está lá, mas não torne isso seu foco, ele não vai mudar de lugar. É possível aproveitar a queda, mas para isso é necessário ter algumas noções, saber que você é só mais um na multidão e que isto é maravilhoso, porque é você, e com ou sem uma religião, um destino ou uma casta, você ainda é você, e todas as oportunidades, falhas, conquistas são tão suas que fez da morte, apenas um passo para a eternidade. Lembre-se que o fundo do poço não é só aquele lugar escuro e úmido, mas também é o lugar onde ao transcender o físico, o próximo passo é o coração da terra.

Felipe Juventude

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Baque do martelo

Outra reflexão das redes sociais que resolvi aceitar.

Sem imagens dessa vez para não comprometer ninguém e nem a mim, mas essa é referente àquelas fotos de pessoas fazendo algo moralmente errado seguido da frase: "Apenas Deus pode me julgar"

Antes de qualquer outra palavra desnecessária que eu venha a usar além dessas: tudo piranha.

Sim, julgo a tudo, a todos, a todo momento. Julgar é uma das características que diferem-me de tantos outros animais. Não ajo com base no instinto, não é tão bom assim. Utilizo sim de meus sentidos para analisar a situação e então através de julgamento executo minhas ações.

Não mato ninguém, não roubo, nem transgrido a maioria das leis. Não porque sou um cidadão modelo, nem porque Deus, oh todo poderoso, vá me julgar. Mas sim porque julgo; embasado em conhecimentos, morais e éticas a mim lecionadas pela vida, através dá familia, dos amigos e de situações constrangedoras.

Não se confunda, caro leitor, julgo sim cabelos, modos de falar, atitudes, expressões e funk/gospel sem fones de ouvido, mas longe de mim está a responsabilidade de cortar cabeças e carrascar essa gente. Não tenho parâmetros para saber sobre às memórias e motivos ou julgamentos que levaram ela a ser assim.

O julgamento persiste.
Tudo piranha.
Felipe Juventude

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Pav(l)o(v)[r]

Todos temos medo. É natural, precisamos lidar com isso, convivendo ou superando. Ele é instintivo, animal, visceral. Tão decisivo e importante para a perpetuação de uma espécie quanto a reprodução. Afinal a chance de sobrevivência é maior quando se corre do que pode te matar.

Medos simples e as vezes até infundados. O escuro, insetos, chuva; não estão ali a toa, essas medos são criados por uma memória, como o medo de pisar em poças; a sensação de ter a meia molhada é terrível. Algumas vezes não é nem de uma memória tão ruim. Ninguém realmente tem medo de baratas, são artrópodes como todos os outros, mas sem transportar sete mil tipos de doença mortais; do contrário, os mosquitos, por exemplo.

E mesmo assim não conheço ninguém que tenha medo de mosquitos, mas uma barata voadora aparece; consequentemente toda testosterona do ambiente é liquidada junto com qualquer sinal de masculinidade, e todos gritam como vadias até o animal ser morto. A barata nunca fez mal a ninguém, mas a memória dos parentes gritando é tão forte, que as pessoas tem medo. Esses medos nos atingem, e somos obrigados a lidar com eles. Alguns não nos impedem de crescer na vida, conseguimos evita-los. Claro, superar um medo é abrir um leque infinito de possibilidades. Mas particularmente não vejo tantas vantagens nisso em relação aos insetos.

O problema é que não existe apenas esse tipo de medo. Existem aqueles que negam o desenvolvimento da podia como humano. O medo de conversar com estranhos, suplantados por nossos pais e tão difundido entre alguns adolescentes. O medo de falar em público travestido de timidez que impede a tantos conseguir novos amigos, novos empregos, novas oportunidades comprometendo tantos outros setores da vida.

Tem aquele outro tão comum a sociedade. O de arriscar, mudar, fazer. Muitas pessoas vivem infelizes, de acordo com os respectivos facebooks, claro. O emprego, o ônibus, o trânsito, a casa, o filho da puta que não faz nada para ajudar a porra do dia que já não está bom. Tudo se torna motivo para se vitimizar, mostrar a todos seu estado deplorável. A questão é: todos se sentem tão seguros em suas condições que tem medo de mudar. Sentem medo de não ter o que comer, da vida os destruir como fez a um fulano conhecido de um conhecido seu. E continuam suas vidas de vítima, reclamando de tudo sem nunca tentar resolver nada. Somos covardes.

O medo é um filho da puta. Nos prende, paralisa, cria uma barreira intransponível. Transformar essa barreira em caminho é o que nos diferencia dos outros animais. O medo e a coragem de continuar, de descobrir algo novo, de se tornar dinâmico em relação ao universo são os responsáveis por todos os avanços da humanidade, tanto no sentido singular, quanto no comunitário.

Felipe Juventude

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Pronto para servir

A vida é corrida: acorde; tome banho, arrume-se saia enfrente o trânsito cumpra prazos bata uma revanche com o tráfego e; durma para o próximo dia. Não se tem mais tempo para as coisas simples e belas: observar ao pôr do sol ou a um jardim. Se não temos mais esse tempo, o qual não consome mais que um suspiro, para simplesmente percebermos nossa existência e ganharmos um segundo de infundada felicidade, então não temos tempo nenhum para as coisas que realmente tomam tempo, como estudar ou preparar a comida.

Mas não se assuste caro leitor, pois toda vez que enfrentados com um problema cuja solução padrão não funciona (alegar ignorância) já não o resolve, o incrível ser humano dá um jeito. Foi criada uma maneira rápida e barata, o suficiente, para que todos tenham tempo para comer entre as longas jornadas de trabalho: Os enlatados. Comida pouco nutritiva e pouco saborosa, mas fundamental para continuar a viver nesse modelo frenético que o neoliberalismo nos proporcionou e aos poucos avança em direção aos outros setores de nossa vida privada.

Não me entendam mal, sou contra não ao capitalismo, muito menos a esse ou aquele modelo econômico. Também não tenho nada contra enlatados são ótimas opções, um dia ou outro, quando a rotina muda. É incrível ter algo para comer mesmo sem tempo, seja um salgado na rua ou ervilhas enlatadas. Numa emergência vale tudo.

Os enlatados foram criados em época de necessidade, era preciso produzir mais, trabalhar mais tempo. Realmente não se tinha tempo para preparar toda a comida; os enlatados também ajudavam a economizar, podia se comprar um grande estoque de latas que demorariam a estragar, mais do que as coisas embebidas em banda pelo menos.

Não só a população evolui, pois enlatados também evoluíram, esse pequeno teste que foi a comida enlatada se monetizou, tornou-se desejada, sonhos de toda criança a comida fastfood. Rápido, prático e "gostoso"; e cada dia mais rápido, já não temos tempo de escolher outra opção. E por que não ir além? Comida enche o estômago, nas não é a única coisa que temos de engolir.

Estudos se tornaram enlatados, é muito mais fácil convencer alguém de algo do que ensina-lo a chegar nessa conclusão sozinho, e quando se torna necessário faze-lo pensar por si, ele já não sabe e não quer aprender. "Para que?" Ele dirá. "Aprendi tudo para passar nos testes. Decorei todas as regras de pontuação e todas as fórmulas de física, nunca mais usarei isso na minha vida". Ele dirá. Mal sabe ele que talvez ele não use logaritmos ou números molares em sua vida adulta, mas que realizar esse raciocínio o ajudaria a veras nos próximos anos, mas era mais fácil comer essa educação enlatada, bater de frente com o vestibular para só então tentar aprender algo na faculdade.

Verdades absolutas, morais, éticas, entre outros são enlatados dá pior qualidade. Cegam as pessoas, que aderem a absurdos sem antes pensar sobre eles. Repetem sobre o chinelo virado que mata a mãe sem nunca perceber que era o único jeito de fazer a criança aprender. trabalham indiscriminadamente sem parar pra respirar, pensar um pouco sobre o que faz "o trabalho dignificar o homem". Importante lembrar que ainda são conhecimentos. Torpes, processados, vis, que buscam apenas colocar o cidadão "em seu lugar", mas que tem alguma base, algum fundamento. Não os ignore, apenas pegue esses enlatados, jogue na panela da mente, adicione sal e cebola, faça um belo refogado e capriche na pimenta, para ver o que de melhor ele pode te oferecer. Se ficar ruim, jogue fora e lembre da receita, para não repetir uma indigestão.

Felipe Juventude

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Auto bio-análise

Quem sou eu? Tenho surtos estranhos de auto consciência para me conhecer melhor. Até o momento eu já descobri alguns aspectos meus; sou diferente dos demais.

Generalizar-me é deveras incômodo. Sim existem muitas pessoas parecidas comigo, admito, tanto em aparência quanto em ideologia. São pessoas que permitem-me enxergar claramente o que sou através do que eu poderia ser. Gosto de alguns, evito outros e convivo bem com todo o resto. As vezes me torno amigo dessas pessoas e, oh meu Deus, como é bom ter alguém assim, que entende suas piadas e praticamente completa as suas frases. Uma amizade de infância instantânea.

Somos todos diferentes e cada um tem suas peculiaridades. Eu por exemplo me descobri um mentiroso compulsivo. Não, não gosto de inventar grandes histórias sobre mim e vangloriar-me, as minhas são menores, rápidas e precisas. Uma maneira boba de me proteger, tentar manter o controle dos fatos através da alteração dos mesmos. Uma maneira um tanto quanto convencional de exprimir medo.

Outro aspecto meu que se destaca é minha crescente insanidade, vocês vêm isso pelos meus textos, tweets deturbados e piadas de mal gosto. Gosto dela. Ouso dizer que todos possuem suas insanidades. Ela é natural, é o que diferencia uma pessoa da outra. Não precisa ser algo ruim, apenas um modo de ver diferente do "normal", mas a "pessoa moral e correta" insiste em esconde-la com gestos e ações, pois acha que a sociedade não a aceitará. Afinal, se todos fossem mais sinceros consigo, não haveriam tantos relacionamentos desfeitos. A convivência deixaria de ser uma caixinha de surpresas que só é aberta após o casamento.

Gosto do jeito que vivo, no geral. Minha zona de conforto recebe esse nome com orgulho, embora lentamente eu esteja abandonando-a. Ela é legal, gosto das pessoas e horários contidos nela, mas ela é só isso. Não me proporciona uma capacidade de viver, evoluir, de ganhar um objetivo. Torno-me máquina nela. Por isso comecei a escrever, precisava por minha vontade, minha atenção e meu sangue em um ponto fixo. Um ponto fora da zona de conforto.

E bem, tem mais sobre mim. Afinal de contas sou humano, animal, imperfeito, limitado, finito; e também sou humano, espiritual, recíproco, ilimitado e infinito. Vou me conhecendo melhor para saber aproveitar o que esse grande universo a mim oferece, mara oferecer a ele o meu melhor.
Felipe Juventude

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Por um futuro


A vida é louca. 
Alguns dias ela te dá um pouco de sorte que rapidamente se transforma em alegria ou felicidade. Em outros ela pega o passado e amavelmente o esfrega em nossas caras, com pessoas que atualmente vivem algo que já vivemos em outras épocas.

Mas hoje ela resolveu ir além, dar mais um passo na relação e me deixar muito feliz ao ilustrar um de meus mais recentes medos por dentre as páginas do jornal.
Tenho muitos medos, sou humano como todos os outros que talvez cheguem a ler esse texto, entre eles alturas, solidões e fim da cerveja. Mas essa imagem foi primorosa a me lembrar o que e pelo que faço hoje.
Virar um "adulto", ganhar meu dinheiro e tornar-me livre, mas o quanto estou disposto a pagar pela minha liberdade? E o quão livre realmente serei ao arcar com dividas e responsabilidades que se acumulam de maneira desleal.

Problemas que nossos pais resolvem com tanto amor por nós, se sacrificando, deixando seus sonhos, ambições e preconceitos de lado. Trabalhando para dormir, dormindo para trabalhar por nós.
E volto naquele que não é meu habitat natural, mas que é pronde corro nessas horas, que entre o medo e o desespero.

Procuro em meu futuro não me recurvar a essa máxima tão cruel, e luto pelo meu espaço, seja ele ao sol ou a sombra, estudando. Não para me tornar o empregado perfeito ou o mais esperto de todos, mas sim para fazer algo mais da minha vida para minha família, amigos, desconhecidos e até prazinimiga.

Luto para não dormir pensando na angústia do amanhã. Luto para acordar feliz em estar vivo. Em ter tudo o que tenho. Luto para evoluir, não sei muito bem para que, nem para quem. Mas luto, não por respostas, mas sim pelas perguntas que definem meu caminho, e pelo caminho que fico feliz em trilhar.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Morte


O Facebook me propôs a reflexão e aceitei.
Impossível é correr dela; consequência irreversível do nascimento, mas parar seria a resposta?

Correr, de fato, não me parece a resposta, há muito para se ver e essa "pressa de viver" cuja tradução é ganhar dinheiro, formar-se, criar uma família; ou seja, completar todos os objetivos que a sociedade considera necessários na vida. Não da tempo de parar e distanciar-se para apreciar belezas simples e oportunidades.

Julgue cada momento de sua vida, veja se aquele segundo vale a pena e aproveite-o plenamente, todos são preciosos, mas os felizes são os quais queremos lembrar. Mas a morte não espera.
Ela é como a chuva persistente que ao longo dos anos persiste em molhar o morro desmatado. Aos poucos, avançará. Soterrará sonhos e esperanças. Não deixe-a transformar o seu melhor aliado, o tempo, em seu pior inimigo.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Aos amigos

Em prol do dia do amigo, pus-me a escrever:

Gostaria de dizer que este é um dia como todos os outros, só que as pessoas deixam para fazer nele o que deveriam fazer todos os dias. Lembrar-se dos amigos, próximos e distantes. Reservar alguns segundos do dia  para consultar as memórias, os risos, as situações constrangedoras e encontrar neles a força e a alegria que só aqueles que convivem ou conviveram conosco podem nos dar. Eles que conhecem um pouco mais de você por outro angulo, sabem alguns de seus segredos, desejos, vontades, ambições, insanidades e códigos.

Gostaria também de lembrar que continuo a não entender nenhum de vocês, meus amigos; os quais se prezam a escutar toda a baboseira que eu insisto em dizer de forma tão irreverente e insistente, e também se solicitam a ler as outras baboseiras que escrevo na internet. Principalmente enquanto estou bêbado.

Mas de qualquer forma, não importa a quanto tempo a gente não se fale, ou se digite, ou se nossos assuntos já não batem, ou se eu sou inconveniente por demasiado, saiba que seremos sempre amigos, por que tempo e distancia não são capazes de destruir uma amizade.

E sem esquecer é claro, que vocês tem um amigo muito foda aqui( que não tem dinheiro pra emprestar(mas que realmente aceita ser subsidiado.)

Aos amigos, meus sinceros agradecimentos e felicitações
As inimigas, vida longa
Felipe Juventude

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Estava a toa na vida...

A Copa foi anunciada. Então houveram obras, protestos, atrasos, repudio e admiração. Tivemos meses de euforia, feriados e alegrias exacerbadas. Dias esses que originalmente seriam sem sentido, voltam ao seu estado natural, que não é mais triste. Apenas o normal. Como a banda que Chico viu, a Copa já passou.

O Brasil não foi campeão, mas muitas coisas aconteceram nessa copa; a internet está ai para provar que sim, estou certo. Mas acabou, faz menos de uma semana, e já parece uma lembrança tão distante. Feriados toda semana, festas e comemorações todo dia, cada jogo um open bar, cada gol uma reação exagerada.

E durou bastante tempo, quase dois meses, economias foram gastas, trabalho foi feito as pressas( prazos não respeitam muitas festividades), contas de banco desestabilizadas pelo bem do lazer que é tão pouco frequente. As alegrias valeram a pena, turistas vieram, novas amizades foram feitas e as velhas conseguiram a desculpa perfeita para encontrar-se, divertir-se, mas nenhuma alegria dura sem trabalho e nem todo mundo tem a santa da carteira assinada.

Um carnaval fora de época, no qual todos eram amigos, independente de língua, etnia, opção sexual ou posição política. Para nos lembrar que para festejar só precisa de um motivo e que a alegria nossa, não depende de clima, gol ou eleição. Apenas da vontade de confraternizar.

Felipe Juventude


sexta-feira, 11 de julho de 2014

Dia das mães, dias de saudades

Esse é um texto antigo, mas, como a poesia satírica de Gregório de Matos, muito atual. Ainda sinto isso que o texto fala mesmo ele sendo do dia das mães.
Perdido em meio após meus esboços, estava esse, que mais do que os outros escrevi com o coração em sístole e com sangue em mãos. Compartilho com vocês mais esse pedaço de mim.

A saudade,
consequência de amar, responsável em parte pelo amargo que todos carregam em seus peitos ao sair todos os dias da cama e começando a enfrentar mais um dia.
Amargo esse que aprendemos a lidar com o tempo. Alguns se esquecem do amor para abandona-lo, outros aprendem a aprecia-lo e eu entre outras pessoas escolho por te-lo, aprende a conviver com ele para que em tempos duros haja memórias doces para nota ajudar a continuar.
E... hoje é dia das mães, e o que dizer dea mulher que amo tanto, mas que não posso ver todos os dias?
Desse ombro amigo, colo acolhedor, palavras necessárias e uma ótima compania para um bar e uma conversa. Não poder te ver todos os dias mãe, sim me dá saudades, sim me amarga a boca em cada refeição sem seus sorrisos e broncas.
E não vim aqui falar um simples feliz dia das mães, mas sim te lembrar que cada segundo perto de você é doce como dia de cosme e damião, cheio de tudo que é bom, e que seu dia não é só hoje, é todo dia, especialmente aqueles que estou perto de ti.
Do seu filho,
para a mulher mais bela e guerreira que ele já conheceu

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Viler

Ler é essencial. 
Para se guiar, localizar e entender. Toda história pode ser contada, mas se assim for feito, muito do contador é passado nela. O tom de voz, o tempo, a opinião. É isso que ler proporciona. A crônica é a mesma, os personagens, as descrições e a sequência de fatos também.

Toda leitura é uma releitura, alguns incrementam ação e emoção ao ler velozmente, enquanto outros adicionam drama com pausas e calmarias. Ler não é só pegar um conjunto de períodos e reproduzi-los em alto e bom tom.

Ler é inter viver, inter sentir, interpretar. Amar um, odiar outro, por seus motivos e crenças, que só dizem respeito a você. Mas também não muda só a história, como também o leitor dela. Crônica, reportagem, editorial ou quadrinho, todos trazem um conhecimento, mais ou menos subjetivo, e esse conhecimento não só adiciona novos argumentos ao leitor; também altera os antigos. O que gera um constante feedback, que não apenas apresenta coisas novas, mas abre portas para a reinterpretação,  um novo significado para um velho texto no qual limite ainda é desconhecido.

Livros são presentes valiosos enquanto vivos. Eles podem não respirar, mas reproduzem conhecimento e estão em constante evolução simbiótica com o seu portador, já que ele abre seu botão de conhecimento em um infinito mar de pétalas a medida  que o leitor o explora e reexplora. Assim como eles vivem, eles também morrem. Não transforme sua estante em um cemitério de livros, com velhos volumes que as vezes foram lidos uma vez e depois abandonados.

Caso haja interesse, guarde-os, livros não são ateus, eles não vão apenas decompor após a morte. Livros são guerreiros do Valhalla que bebem e comemoram em suas mortes, se aperfeiçoando apenas para que sejam convocados para exprimir os seus novos sentidos antes escondidos. E se não houver interesse, seja sincero consigo. Empreste, doe, divida. Desapega, você não quer nada com ele, parece não oferecer mais nada. Desapega, se você quer que seu filho leia no futuro tire uma porra duma xerox, compre uma versão digital ou recompre o livro.

E depois de adquirir esse conhecimento, ponha-o em prática. Se os livros são vivos como flores, a mente que os lê é viva como os sentidos usados para apreciar a forma, a cor, a textura, o perfume e a beleza única do som de ventos que passam entre elas sob o orvalho da manhã. E bem, como os livros, a mente também morre. Ela não se decompõe ou decrépita, ela apenas fica em repouso. Torna-se um robô, com respostas rápidas e pré-programadas pela moral, bons costumes e senso comum. E uma mente robotizada gera uma pessoa morta-viva, que faz o que lhe é mandado enquanto única ambição é sanar suas necessidades básicas. Um funcionário modelo.


Tenha sua opinião e faça uso dela.
Leia-a, Fundamente-a, desenvolva-a. Explique-a, analise-a, molde-a.
Releia-se.


Felipe Juventude

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Rio-in-Rio


Estamos em foco. 
Eu, você e até Zoobomafu, se este morar no Rio de janeiro. Uma das cidades-sede da copa e a cidade das olimpíadas de 2016, a quantidade de turistas nacionais e internacionais tende a aumentar e invariavelmente eles passarão a conhecer o Rio de Janeiro. Não esse de cartões postais, de mulheres exuberantes, de gente exótica e de preços superfaturados. Falo do rio onde nós, gente normal, vivemos. Um rio-in-rio.


Posso não ser a pessoa mais vivida ou mais indicada para falar dessa rica variedade de Rios, mas já vivi e vi alguns afluentes dele. Estudei no Centro, no Recreio, em Santa Cruz, em Marechal Hermes, em Ipanema, em Nilópolis e em Nova Iguaçu. Não, nunca fui ao Cristo e sim uma vez fui ao Maracanã. Apesar da grande quantidade de lugares bonitos para ir quase não conheço a minha cidade maravilhosa. Mas conheço a outra face, onde os ônibus são cheios, as meninas bonitas existem, mas estão espalhadas por aí, e a cerveja não é tão cara. Não o lugar mais seguro ou acolhedor da terra, mas há valor aqui.

Vizinhas fofoqueiras sabem que horas você saiu e que horas chegou, mas perguntam se está tudo bem ser não seguir a rotina, e por mais que a insegurança e o meio que comandam a sociedade atual, ainda existem pessoas dispostas a ajudar estranhos na rua e a ceder seus lugares a velhinhos. Esse Rio-in-Rio existe em todo o Rio de Janeiro, você pode visita-lo, basta sair cedo de casa, pegar um ônibus ao centro da cidade, achar alguém para ajudar durante o dia e então você saberá o valor de ir beber um chopp na noite de quarta feira para ver um jogo e esperar os trens esvaziarem para só ir em pé nele.

Felipe Juventude

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Introdução

Sim. Esse é mais um. 

Outro blog meu, com outros textos ainda meus e com promessas ainda meus.

Não, não abandonei o Gamerceo com minhas estórias loucas e mirabolantes, só a criatividade e o tempo que me faltam. Mas ainda sinto necessidade de escrever, não é o ar que respiro, mas sim o chocolate que me engorda, se vocês me entendem.

E não, não vou criar esse da mesma forma que os outros, não serei uma empresa, nem um comediante, mas sim eu. apenas eu em palavras gestos e sentimentos. E cada letra aqui digitada não será apenas texto estático e morto, mas sim vivos e bruxeleantes, mudando de significado e de proposta a cada olhar desatento dessa internet que é tão grande. Não são letras, palavras, orações, períodos, frases, parágrafos, textos, histórias ou mera insanidade, mas sim minha alma em versão pocket e online para leitura,
serão pedaços de mim.

Felipe Juventude